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Brasileiro passa mais tempo na internet do que vendo televisão e o que isso significa para o seu negócio

por Ricardo De Lucia Leite

Por Ricardo De Lucia Leite

Nova pesquisa divulgada pelo IBOPE Inteligência e compilada pela eMarketer indica que os brasileiros já passam mais tempo por dia na internet do que na televisão. Segundo a pesquisa, passamos em média 3 horas e 39 minutos por dia na internet, durante os dias da semana, e 3 horas e 43 minutos nos sábados e domingos. O tempo gasto com a televisão vem logo em seguida, com 3 horas e 29 minutos por dia de segunda a sexta e 3 horas e 32 minutos nos finais de semana. O rádio vem em terceiro lugar, como o tipo de mídia mais utilizado pelos brasileiros, com 3 horas e 7 minutos gastos por dia durante a semana e 3 horas nos finais de semana, refletindo, em minha opinião, a maior utilização deste tipo de mídia durante o transporte, principalmente de carro, cuja utilização é maior durante a semana.

Brasileiro passa mais tempo na internet do que vendo televisao

A pesquisa também mostrou que somente 3% dos brasileiros não utilizam televisão com frequência, contrastando com 53% daqueles que não utilizam a internet, indicando que grande parte do acesso à internet ocorre durante o trabalho das pessoas. Para a eMarketer, o percentual dos brasileiros sem acesso à internet está próximo dos seus próprios dados, que mostram que somente 49,3% dos brasileiros acessaram a internet em 2013. Completando as demais mídias, 39% responderam que não usam o rádio com frequência e, preste atenção, 75% disseram que não leem jornais com frequência e 85% não leem revistas.

Por outro lado, ainda segunda a pesquisa, 65% disseram que utilizam a televisão diariamente, 26% utilizam a internet, 21% utilizam o rádio, 6% utilizam os jornais e somente 1% utilizam as revistas todos os dias.

Uma coisa que fica bem clara é a utilização da internet e da televisão ao mesmo tempo, como estou fazendo agora ao escrever este post, e a outra, obviamente, é que as pessoas ligam mais a televisão, mas passam mais tempo na internet. A eMarketer ainda projeta que, até o final de 2014, o uso da internet passará a ser uma atividade majoritária no Brasil, atingindo 53,1% da população, chegando a 60% em 2017, com uma projeção de 123,3 milhões de usuários.

Apesar do crescimento saudável e do constante uso da internet por parte dos brasileiros, ainda vejo muita empresa completamente despreparada para enfrentar esta nova realidade. As grandes marcas ainda estão investindo pesadamente em campanhas para televisão (que, segundo o IBOPE Media, respondeu por 52,9% da verba publicitária em 2013) e as médias e pequenas empresas ainda investem muito na forma de venda tradicional, que não tem a mesma eficiência do que 10 anos atrás.

A forma como compramos mudou e o marketing também

A grosso modo, e bem resumidamente, a função de todo profissional de marketing é fazer as pessoas conhecerem e comprarem os produtos e serviços da empresa para a qual ele trabalha. Há dez anos, para atingir este objetivo, os profissionais usavam uma série de técnicas, que podemos chamar hoje em dia de outbound marketing, que incluí envio em massa para listas compradas de e-mail marketing, telemarketing, mala direta, TV, rádio, anúncios impressos, feiras e exposições. O problema com estas técnicas é que elas estão se tornando cada vez menos eficazes no cumprimento dos seus objetivos, já que os consumidores filtram, cada vez mais, as informações que chegam até eles.

Há 10 anos, comprar listas de e-mail segmentadas e enviar mensagens em massa funcionava, pois as pessoas não eram bombardeadas com tanta informação como hoje. Hoje, os consumidores estão sobrecarregados com mensagens e e-mails e simplesmente usam filtros AntiSpam para bloquear mensagens não solicitadas.

Há 10 anos, montar uma equipe interna de vendas ou terceirizar o serviço de telemarketing funcionava bem. Hoje, há tantas empresas praticando isso, ligando para os consumidores em horários completamente absurdos, interrompendo suas atividades para oferecer produtos e serviços que não foram solicitados, que as pessoas não atendem mais estas ligações, ou, quando atendem e descobrem que a é de telemarketing, simplesmente desligam o telefone na cara do vendedor.

Há 10 anos, enviar uma peça bonita de mala direta para uma lista grande de possíveis clientes era algo que dava um retorno interessante. É só nos lembrarmos do sucesso que as empresas de cartão de crédito tinham com este tipo de prática. Nós até que abríamos a caixa de carta com certa esperança de que alguma boa oferta pudesse estar dentro dela. Hoje em dia, me corrija se estiver errado, separamos nossas cartas em dois grupos da seguinte forma: as contas a pagar de um lado e, o que vai para o lixo, do outro. Honestamente, nem panfleto de pizza pegamos mais!

Há 10 anos, gastar rios de dinheiro com propagandas criativas para a televisão era, com toda certeza, uma garantia de atingir uma grande audiência. Hoje em dia, como vimos nas estatísticas acima, as pessoas ligam a televisão, porém prestam atenção na internet. As pessoas pulam de canal em canal e não querem saber de mensagens mercadológicas que não sejam de seu interesse. É interessante lembrar que o aparelho de televisão é só o receptor e não a mídia em si. Imagine então quando a internet chegar pela tomada e a maioria dos aparelhos forem smart TVs…

Há 10 anos, o rádio era escutado no carro, nas casas e no trabalho, porém, hoje em dia, as pessoas ouvem música nos seus MP3, IPods, Smartphones ou em serviços de streaming de música online. Novamente, também está cada vez mais difícil fazer as pessoas prestarem atenção neste canal.

Há 10 anos, os eventos, feiras e exposições lotavam, pois eram ótimas oportunidades para profissionais conhecerem novas soluções e também para fazer networking. Hoje em dia, está cada vez mais difícil tirar as pessoas de suas rotinas, principalmente quando há necessidade de locomoção física e, com o trânsito cada vez pior nos grandes centros urbanos, o tempo de locomoção está se tornando proibitivo.

Há 10 anos, anunciar em revistas e jornais era garantia de atingir um público alvo específico. Hoje em dia, como as estatísticas acima mostram, as pessoas não estão mais consumindo informação nestas mídias. Conseguir atingir o mesmo consumidor, na frequência necessária para que ele tome uma ação, é ainda muito mais difícil.

E qual é a solução?

A solução, conforme venho destacando nos meus artigos anteriores, é se fazer presente quando o consumidor estiver procurando pelas suas soluções. Você não quer mais interrompê-lo, pois ele não irá mais prestar atenção e a insistência das mensagens não solicitadas só irá leva-lo a adquirir antipatia pela sua marca. Portanto, hoje em dia, a função básica dos profissionais de marketing não é mais levar a mensagem de seus produtos e serviços aos consumidores, mas sim oferecer conteúdo sobre a sua marca e os seus produtos e serviços, quando eles estiverem procurando por isto. Não podemos mais focar no marketing que “empurra” (outbound), sendo preciso focar cada vez mais no marketing que “puxa” (inbound) e, para tanto, a oferta de bom conteúdo será cada vez mais importante.

Lembre-se também que, para manter uma comunicação consistente e contínua com os seus clientes e prospectos, através da oferta de conteúdo, não dá para falar só dos seus produtos e serviços. Você não pode ser piegas! Ofereça conteúdo pensando nos seus consumidores e não em você.

E caso precise, ficaremos muito felizes em poder ajuda-lo!

Quer saber mais sobre marketing de conteúdo? Não deixe de ler os meus artigos listados a seguir:

Por que Marketing de Conteúdo? Uma necessidade de equilibrar as contas

A publicidade tradicional irá morrer?

O que é marketing de conteúdo e como ele pode turbinar o seu negócio

Quando o marketing de conteúdo começou? Uma breve história de suas origens

Analisando o vídeo “First Kiss” sob a óptica do marketing de conteúdo

Seis tipos de objetivos para a sua estratégia de marketing de conteúdo

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