Por Dillon Baker
“Nós passamos de um mundo de comunidades isoladas para uma comunidade global, e todos nós estamos melhor por causa disto”.
“Eu estou começando a ver nações virando para dentro de si próprias… eu escuto vozes temerosas pedindo a construção de muros”.
“Eu espero que nós tenhamos a coragem de garantir que o caminho adiante é unir as pessoas, não destroça-las”.
Presidente Obama? Paul Ryan? Não, é Mark Zuckerberg, CEO e fundador do Facebook, cuja principal fala na Conferência Anual F8 do Facebook soou mais como um discurso State of the Union* que um discurso para desenvolvedores de software.
*O discurso “The State of the Union” é feito anualmente pelo Presidente dos Estados Unidos numa sessão conjunta do Congresso dos Estados Unidos (câmara e senado reunidos).
Não é surpresa que Zuckerberg tenha se tornado tão político. Agora, mais que nunca, o Facebook é parte da tela global. A rede social se vangloria de ter 1,6 bilhões de usuários, um número maior que a população de qualquer nação, 83,6% de quem vive fora dos Estados Unidos e Canadá. O Facebook Messenger tem cerca de 800 milhões de usuários. O WhatsApp subiu para 1 bilhão. E o Instagram se gaba de ter uma base de 400 milhões. Não é pouco.
Junto com o Google, o Facebook está tentando conectar dois terços da população mundial que não tem acesso à Internet. Ele tem lasers; drones; balões; lobistas; e o seu aplicativo gratuito Free Basics atuando neste caso. Simplesmente, o Facebook precisa de uma visão política, pois é uma parte importante de todo o mundo – talvez mais importante para um grande número das vidas diárias de pessoas que qualquer outra empresa que jamais existiu.
Esta visão política é muito simples: conectar é bom, e o Facebook ajuda as pessoas a conectarem. Em mais detalhes, esta visão se parece com algo assim:
Este é o mapa da estrada de 10 anos do Facebook. Zuckerberg explicou que a empresa vê os seus serviços evoluírem em três estágios – da tecnologia, para produto, para ecossistema.
Neste momento, a rede social do Facebook (ou rede de conteúdo), como eu comecei a chama-la, é o único ecossistema totalmente evoluído. O Instagram, o Messenger e o WhatsApp são produtos que podem eventualmente se tornarem os seus próprios ecossistemas. Conectividade, AI (artificial intelligence = inteligência artificial) e realidade virtual/aumentada (VR − virtual reality = realidade virtual; AR − augmented reality = realidade aumentada) são as iniciativas mais especulativas, mas o plano é que elas evoluam através dos seus próprios produtos, uma vez que elas estão “em escala”.
A apresentação demonstra quanto detalhadamente o Facebook quer dominar o futuro da comunicação digital. A sua suíte de produtos já tem uma enorme porção do tempo da atenção que as pessoas, particularmente os jovens, gastam nos seus dispositivos.
A companhia também está na frente da maioria das principais tendências de mídia e os analistas de marketing veem uma modelagem do futuro do conteúdo. O Facebook já domina o mercado de aplicativos de mensagens, através do Messenger e do WhatsApp. O mesmo vale para vídeo digital, que explodiu no player de vídeo nativo do Facebook (embora não sem controvérsias). Com o Facebook M, a empresa é um dos principais participantes na corrida das armas da AI. O Facebook anunciou planos para uma plataforma onde os desenvolvedores podem construir robôs para o Messenger.
A última parte desse domínio é a realidade aumentada e a realidade virtual. O Facebook tem o Oculus Rift e esses Óculos AR sem nome, que, essencialmente, se parecem com o Google Glass.
Zuckerberg explicou que ele vê a VR como tendo “o potencial para ser a maior plataforma social”. Ele mostrou um vídeo um pouco estanho de duas pessoas brincando juntas numa caixa de areia digital, como exemplo da aplicabilidade social da VR.
Mesmo que o Google Glass tenha sido uma experiência que falhou, Zuckerberg pareceu particularmente animado para o futuro único da realidade aumentada. “Muitas das coisas sobre as quais pensamos hoje como objetos físicos, como televisores, serão apenas aplicativos de 1 dólar”, disse ele.
Em outras palavras, o Facebook imagina a AR como uma transformação radical, através da qual o mundo terá um revestimento digital. E, se o Facebook acontecer de estar no controle disto, assim seja. Como disse Zuckerberg, na sua apresentação de conclusão, “o caminho adiante é conectar as pessoas – é assim que fazemos progresso juntos”.
[wt_divider_dotted margin_top=”20″ margin_bottom=”20″]
Materiais gratuitos para você baixar!
[wt_portfolio column=”2″ ids=”2982,769″ desc=”false” category=”false” more=”false” moreText=”Leia Mais »” order=”DESC”]
Sobre o autor: Dillon Baker é um Editor Associado da Contently, onde ele dirige o The Freelancer e trabalha no The Content Strategist. Antigo Editor de Artes e Escritor Sênior da Vermont Cynic.
Fonte: The Content Strategist
Tradução: Fernando B. T. Leite
Imagem de capa: Facebook
® Copyright: Todos os artigos da Contently são traduzidos e republicados com autorização.