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Como será o Facebook em 2024

por dionei

Por Fernando B. T. Leite

Em artigo publicado no Mashable no começo do ano de 2014, Todd Wasserman escreveu que os impérios online vêm e vão. Houve época quando Alta Vista era a melhor máquina de busca (Search Engine) e Netscape era o único navegador da Internet e que, agora, que ambos já se foram, ele pergunta: acontecerá o mesmo com o Facebook?

Segundo o autor, é improvável que esta empresa saia completamente do palco, mas que, entretanto, o Facebook de 2024 deverá ser bem diferente da versão que conhecemos hoje. Ele diz que, primariamente, a empresa continuaria a mudar, de uma rede social para uma empresa de mídia mais tradicional.

Várias macrotendências irão, provavelmente, gerar transformações, como a ascensão de menores redes privadas, a emergência de plataformas e o crescimento em países em desenvolvimento.

O autor ainda escreve que a mudança de desktops para dispositivos móveis mudou como as pessoas se comportam na mídia social, ou, pelo menos, como elas a definem.

Há alguns anos, considerava-se que os jovens eram exibicionistas e não se importavam em compartilhar os seus dados com todo o mundo. Segundo Wasserman, os dispositivos móveis mudaram esse conceito e, quando uma pessoa sentar no seu computador para escrever, você deve esperar que as suas palavras e ações sejam vistas pelo mundo. Todavia, nos dispositivos móveis, nós estamos acostumados a enviar mensagens apenas para os nossos amigos mais íntimos e para familiares. E o sucesso do Snapchat reforçou essa visão. Em 2014, essa visão evoluiu e os usuários adolescentes de dispositivos móveis são agora vistos como ferozes protetores da sua privacidade.

Ao mesmo tempo, o Facebook tornou-se a versão dos adolescentes do LinkedIn, uma rede social à qual você precisa se juntar para poder participar, mas um espaço que requer pouca atenção. Uma pesquisa mostrou que os acima de vinte anos usam o Facebook muito mais que os adolescentes, e que jovens adolescentes o usam menos que adolescentes mais velhos.

Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, admitiu que o Snapchat satisfez uma necessidade previamente não declarada no mercado, de maior privacidade nas interações da mídia social, e teria feito uma oferta de 3 milhões de dólares americanos (aproximadamente 6,6 milhões de reais) pela aquisição do Snapchat, após o Facebook ter começado a derrapar.

Ainda segundo o autor, o Facebook, apanhado descalço pela revolução dos dispositivos móveis, tem ativamente tentado evitar novamente ficar para trás. O Messenger, um aplicativo para dispositivos móveis lançado em agosto de 2011 era muito pesado para ser considerado um substituto para enviar mensagens de texto. Se alguém não fosse seu amigo no Facebook, você não poderia enviar uma mensagem para ele/ela. O Facebook então procurou adaptar-se, e a empresa tratou essa questão mais tarde no ano passado, fazendo a pergunta: o que é o Facebook, se não um meio para conecta-lo com os seus amigos?

Uma vez que o site defendeu desempenho e autenticidade, agora a empresa está pronta para deixar os usuários permanecerem anônimos, em alguns novos aplicativos. Segundo Zuckerberg, a estratégia para 2014 são mais aplicativos, uma espécie de estratégia de dividir para conquistar, dirigida para os dispositivos móveis. O primeiro passo nessa direção foi o Paper, um novo aplicativo lançado logo depois, um dia antes do décimo aniversário da empresa.

Como sera o Facebook em 2024 I

Pelo raciocínio do autor, nos próximos dez anos, deverá haver uma contínua migração de desktops para smartphones e tablets e que, nesse ambiente, o Facebook irá se comportar como uma empresa de mídia, lançando aplicativos próprios para satisfazer novas necessidades do mercado. O Facebook já está no Google Glass e, se os smartwatches derem certo (como já estão dando), o Facebook vai querer ser um dos precursores aqui também. O autor cita uma reunião com um executivo do Facebook, que declarou que a empresa estava focando bastante no próximo bilhão de usuários, que usam “feature phones” (telefones celulares com algumas características a mais, como alguns aplicativos e acesso à Internet, mas sem chegar a serem considerados smartphones) e que vivem em países em desenvolvimento. Em outras palavras, em virtude do crescimento de plataformas para dispositivos móveis e a crescente presença em países em desenvolvimento, o Facebook irá diversificar.

Wasserman diz ainda que, nos primeiros dez anos, o apelo principal do Facebook era dirigido à sua base de usuários e que não havia outro motivo de ir para o Facebook, exceto para comunicar-se com os seus amigos. Durante a próxima década, competindo com o Twitter, Google+ e desenvolvendo novos aplicativos, o Facebook precisará oferecer algo mais. Uma possibilidade é a criação de conteúdo.

Embora a ideia do Facebook produzir shows de TV possa parecer distante, quem iria adivinhar que a Amazon faria isto? Afinal, agora que o Facebook contratou editores, porque não contratar escritores e, eventualmente atores? A empresa já subsidia indiretamente atores e personalidades públicas, que usam a rede social para atingir os seus fãs.

Se a criação de conteúdo parece familiar, olhe para o Yahoo. Com um enorme alcance, o Facebook poderia facilmente tornar-se o Yahoo dos velhos adolescentes e dos jovens de vinte e poucos anos. Afinal, apesar dos seus problemas, o Yahoo é ainda poderoso e viável.

Por outro lado, o Facebook poderia fazer tudo corretamente e adicionar mais um bilhão de consumidores, contrabalançando a Apple, o Google e a Amazon. Nesse contexto, o Facebook não teria outra opção, mas expandir-se para a área de hardware e de conteúdo para tornar o ecossistema viável.

Para o usuário médio, o Facebook não teria algo muito diferente para oferecer, exceto talvez o seu conteúdo. Nessa situação, a sua enorme base de usuários seria tanto um ponto de venda, como também um obstáculo.

Nesse cenário, haverá muito a ganhar, mas algo será perdido. Assim como o Google, uma empresa que fatura principalmente com publicidade, está se tornando menos um sinônimo de máquina de busca e mais uma enorme e poderosa empresa de mídia, o Facebook irá, progressivamente, esconder a sua identidade como uma rede social.

O que achou deste post? Você concorda que o Facebook se tornará uma empresa de mídia? Por favor, deixe os seus comentários no espaço a seguir.

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