Por Sam Slaughter
Em 2013, um e-mail de Joe Coleman, CEO da Contently (e meu chefe) veio com o título “Bro stuff” (“Coisas de irmãos”) e só piorou a partir desse ponto. “Rapazes, por que nós precisamos de um artigo sobre como o marketing de conteúdo pode ajuda-los a conquistar garotas”?, ele quis saber. Ele não podia ver como isto ajudaria o nosso negócio. Se você quer saber, leia o e-mail:
Nessa manhã, Coleman leu uma história na The Content Strategist sobre uma empresa pornô online, cujo perfil nós descrevemos em virtude da sua abordagem avançada do marketing de conteúdo (realmente!). A nossa equipe de conteúdo estava nascendo naquela época, e Joe Lazauskas, o nosso editor gerente ainda não trabalhava em tempo integral. Ele pensou que a história fosse interessante para a nossa audiência, e, portanto, ele a escreveu sem perceber a indignação que ela iria provocar no lado comercial da nossa casa.
Ambos os lados estavam bem justificados. Coleman estava preocupado em proteger a nossa marca; Lazauskas estava preocupado em criar conteúdo interessante para a nossa audiência.
Eu estou trazendo este episódio por que eu penso que ele toca num grande tema, sobre o qual muitos profissionais de marketing ainda não formaram opinião: Como alguém protege os negócios da empresa e ainda dá espaço para o marketing de conteúdo florescer?
A resposta: com muito cuidado.
O conteúdo precisa de independência
Se você quiser produzir um bom marketing de conteúdo, é impossível ignorar e evitar a independência dos editoriais. As melhores operações de conteúdo são ágeis, capazes de reagir oportunamente a notícias e a tendências. Para as pessoas que estão no lado da marca e da empresa, é muito difícil mover-se rapidamente. De um lado, elas não estão acostumadas a fazer isso; além disso, elas estão ocupadas com as suas tarefas diárias. Até que elas se preparem para aprovar conteúdo, o tema no qual você está trabalhando pode não ser mais relevante.
O importante é estabelecer claras diretrizes e permitir que as equipes de conteúdo possam usar cores dentro dessas diretrizes. A equipe da Contently sabe que nós cobrimos o marketing de conteúdo e, num grau ligeiramente menor, o marketing digital e plataformas. Tudo que nós publicamos precisa trazer aos leitores percepções inteligentes, únicas, que a nossa audiência não acha em qualquer outro lugar. Nós sabemos que o nosso tom precisa ser amigável, mas não irreverente. E, contanto que nossos editores fiquem dentro dessas diretrizes, eles têm liberdade para escrever o que quiserem. Mesmo sobre pornografia.
Os níveis de independência variam
É claro que o grau de independência editorial depende, em última instância, do tamanho da sua empresa e do seu ramo de atividades. Os ramos menos regulados frequentemente permitem maior liberdade às equipes de conteúdo; os ramos de atividade cheios de regulamentos, como o financeiro ou a indústria farmacêutica, tendem a manter as rédeas mais curtas.
Entretanto, de acordo com Ryan Galloway, o Diretor de Serviços de Conteúdo da Contently, “As marcas que possuem um ROI significativo do seu conteúdo são as que dão aos editores e às equipes de conteúdo um livre reinado para desenvolver materiais excelentes e inesperados. Um editor de marcas deve também ter poder para oferecer resistência aos desejos inatos dos profissionais de marketing de promover produtos e para ajudar a manter o conteúdo agnóstico, em relação às marcas, e objetivo”.
Levando tudo em consideração, eu diria que as marcas devem permitir tanta independência quanto for possível. Se você focar em dar poder à sua equipe de conteúdo, ao invés de limita-la, ela trará melhores ideias e será mais eficaz no seu trabalho. É aqui também onde a tecnologia do conteúdo pode ajudar – um processo de aprovação baseado em tecnologia pode tornar a governança mais ágil, preservando algum nível de agilidade e também mantendo o controle.
As organizações devem ser responsáveis
Idealmente, cada organização de marketing tem alguém que age como uma ligação entre a equipe de conteúdo e o resto da empresa. Sempre haverá erros e discussões por que é difícil para a equipe de conteúdo se alinhar o tempo todo às vendas e à receita. De fato, eu diria que eles não devem desejar estar sempre alinhados, uma vez que essas equipes tendem a ter metas de curto prazo muito diferentes.
É por isso que é muito importante ter alguém que forneça cobertura para os criadores de conteúdo e, ao mesmo tempo, aja diplomaticamente em relação às preocupações que cada lado possa ter.
Por exemplo, a Contently tem neste ano, como empresa, alguns grandes focos: assegurar que a nossa tecnologia seja a mais inteligente deste ramo de atividades; provar ao mercado que nós temos suficiente maturidade para apoiar grandes empresas; expandir o nosso negócio no Reino Unido, na Europa e na Costa Oeste; e justificar a utilidade do conteúdo em todas as partes das empresas (não apenas no departamento de marketing). O meu trabalho é passar esses prioridades adiante, e não exigir que falemos sobre elas. Este é o terreno dos nossos editores, que sabem melhor que ninguém o que as nossas audiências querem ver, bem como quando é o momento adequado para incorporar esses grandes temas.
As diretrizes devem estar alinhadas com as métricas
A independência permite que as equipes de conteúdo floresçam, mas isto pode ser à custa da empresa e da marca. Um dos principais problemas de usar as tradicionais métricas da vaidade como visualizações de páginas, impressões e mesmo as ações sociais no marketing de conteúdo é que elas encorajam o tipo errado de resultados. Este é o corolário do GIF do gato([wt_tooltip title=”Sim, eu acabei de inventar isso” tooltip_placement=”right”]1[/wt_tooltip]) : o clickbait* inegavelmente leva a estes tipos de métricas, mas o clickbait não ajuda e marca a vender mais produtos ou encoraja os clientes a confiar na empresa.
[wt_note title=”Clickbait:” align=”center” width=”848″] é um termo pejorativo que descreve conteúdo da web cujo objetivo é gerar receita de publicidade online, especialmente à custa da qualidade ou da precisão, contando com o sensacionalismo das manchetes para atrair cliques e para encorajar compartilhamento nas redes sociais. Essas manchetes tipicamente objetivam explorar a curiosidade, oferecendo apenas informação suficiente para deixar o leitor curioso, mas não o suficiente para que a sua curiosidade seja satisfeita sem clicar no link do conteúdo. [/wt_note]
Uma equipe e conteúdo B2B pode ser responsável por visitantes originais, mas ela também deve estar de olho no tempo de atenção e mesmo nos leads qualificados pelo marketing. Para as empresas B2B, fatores como elevação da marca e subscrição de e-mails são mais importantes que as curtidas do Facebook. Mas, uma vez que você lhes dê as metas e as diretrizes corretas, saia da frente tanto quanto for possível.
Há muitas boas metáforas sobre como gerenciar a independência editorial no marketing de conteúdo, mas eu continuo voltando para a ideia de um brinquedo de corda. Você confia nas diretrizes do editorial e das marcas, nas métricas chave e nos amplos tópicos para calibrar o seu brinquedo e, então, você o coloca no chão e o deixa andar. Afinal, você apenas tem que esperar que ele não acabe indo parar num estúdio de filmes pornográficos.
[wt_divider_dotted margin_top=”20″ margin_bottom=”20″]
Baixe gratuitamente os nossos conteúdos para aprender mais sobre marketing de conteúdo!
[wt_portfolio column=”2″ ids=”2982,769″ desc=”false” category=”false” more=”false” moreText=”Leia Mais »” order=”DESC”]
Sobre o autor: Escritor, editor e dono de um cachorro, Sam Slaughter é Vice-Presidente de Conteúdo da Contently. Ele não surfa.
Fonte: The Content Strategist
Tradução: Fernando B. T. Leite
Imagem de capa: Tetiana Yurchenko
® Copyright: Todos os artigos da Contently são traduzidos e republicados com autorização.