Por Amy Duchene
Eu sempre gostei de confissões. Eu costumava gostar muito de ler [wt_tooltip title=”Projeto de arte via correio, criado por Frank Warren, no qual as pessoas compartilham os seus segredos de forma anônima, através de um cartão postal feito em casa. Os segredos recebidos por correio são depois selecionados e publicados no site, ou utilizados em livros e exposições.” tooltip_placement=”left”]PostSecret[/wt_tooltip] e [wt_tooltip title=”Tipo de anúncio pessoal que surge após duas pessoas se encontrarem, mas serem demasiado tímidas ou incapazes de trocar detalhes sobre o contato. Esta seção da Craigslist obtém milhares de anúncios deste tipo por mês, em cidades como New York e San Francisco.” tooltip_placement=”left”]Missed Connections[/wt_tooltip] da Craigslist. E hoje eu ainda amo quando um confidente compartilha um segredo, ou um personagem de um livro revela algo enorme, ou uma pessoa de um ramo de atividades conta os seus truques da profissão.
Certamente há um apelo ‘voyeurístico’ derivado da palavra “confissão” – que me incita a continuar ouvindo ou lendo. Mas, nem tudo é assustador. Há muito a ser aprendido destes momentos quando se diz a verdade.
Hoje eu quero compartilhar a minha própria lista de confissões: os meus segredos de mais de uma década como uma profissional de marketing digital.
Confissão número 1: Nem sempre eu me mantenho atualizada sobre as tendências.
Uma das características marcantes de qualquer trabalho é manter-se atualizado em relação ao ramo de atividades e ter a certeza de saber quais são as tendências. Eu vejo estas perguntas aparecem repetidamente em descrições de cargo, entrevistas, ou em conversas com colegas:
- Quais são os seus sites favoritos de marketing digital?
- Qual é a sua campanha ou o seu anúncio favoritos deste ano?
- Qual é o melhor site de nova mídia que existe, e por quê?
Não é de todo errado manter um olho no que está acontecendo no seu ramo de atividades. De fato, isto é essencial. Você não deve estagnar ou ver o seu trabalho parecer desatualizado.
Dito isto, às vezes, o que funciona, funciona. Portanto, se você encontrou uma boa fórmula para ter sucesso na mídia social, ou uma grande cadência para o seu e-mail marketing, continue assim.
Para levar para casa: veja o que está acontecendo no seu ramo de atividades, mas olhe também para o que está funcionando para você. Se alguma coisa não estiver quebrada, não tente conserta-la.
Confissão número 2: Nem sempre eu confio nos dados.
Nós estamos na era da informação. “Decisões baseadas em dados” é uma frase que eu ouvi repetidas vezes nos meus últimos trabalhos, e o meu palpite é que você também a ouviu.
A Amazon usa dados incessantemente, conforme foi relatado pelo New York Times. “Os dados criam muita clareza em torno de uma tomada de decisão”, disse o funcionário Sean Boyle nesse artigo.
E isto é verdade. Quanto mais você souber, melhores informados serão os seus esforços de marketing. Os dados são úteis e você deve examina-los regularmente. Veja quem está no website, quem está comprando coisas, note o que as pessoas compram, examine os seus dados demográficos, reveja qual título de e-mail está funcionando (ou não está funcionando), etc.
Mas, às vezes, os dados simplesmente estão errados. Eles podem mostrar frustrações ou depressões – mas eles não fornecem a história completa. Algumas vezes, você precisa jogar os maus dados pela janela.
Por exemplo, se na semana passada você tiver visto um enorme pico no seu website, pode ser que o seu blog post tenha sido selecionado por um líder de um grupo, ou incluiu excelentes palavras-chave para SEO e obteve muitos visitantes a partir de compartilhamentos sociais. Você achou que o assunto era muito bom. Você disse para a sua equipe que “nós devíamos escrever mais posts como este”. Mas, o que você não percebeu é que o seu post obteve um grande tráfico por causa de algum evento externo – alguma coisa totalmente fora do seu controle – que dirigiu tráfico para o seu tópico. Você pode nunca ser capaz de replicar isto.
O mesmo vale para as calmarias do tráfico. Talvez você tenha tido uma baixa de tráfico recorde durante o fim de semana. Você está cabisbaixo e está com medo de ser demitido. Você supõe que os posts que você publicou durante o fim de semana foram uma porcaria. Assuntos terríveis, imagens horrorosas, mau estilo de escrever e você ficou preocupado durante vários dias. Então, numa conversa casual com o líder do seu departamento de TI, você descobre que o seu site ficou fora do ar no sábado. Essas quedas de tráfico não tiveram nada a ver com o seu conteúdo.
Para levar para casa: Veja os dados, mas também dê uma bisbilhotada no que mais aconteceu. Faça perguntas. Procure enxergar um contexto maior.
Confissão número 3: Às vezes eu reciclo conteúdo.
Na realidade, isto não ocorre apenas algumas vezes. Mas sempre que eu consigo fazer isto.
Deixe-me explicar. Como uma escritora e jornalista, parte de mim é ser original. Tanto que eu nem gosto de me plagiar. Isto costumava me dar náuseas.
Mas, quando eu superei isto e aprendi a reposicionar conteúdo, eu descobri que eu era capaz de tomar um blog e transforma-lo em diversas postagens na mídia social, um roteiro de um webinar e um banner.
Para levar para casa: Eu recebo conteúdo consistente, com o mesmo conjunto de mensagens, em cada canal onde estão os meus clientes.
Isto me economiza tempo. E, eu posso me dar ao luxo de investir mais nessa peça de conteúdo por que ela terá maiores asas. O seu orçamento agora vai mais longe. É uma situação ganha-ganha-ganha.
Confissão número 4: Nem sempre eu tenho grandes ideias.
Eu sou inspirada por outros – tanto por outras pessoas como por outras empresas.
Taticamente, isto significa que eu mantenho listas de favoritos e conteúdo pinçado e recortes de coisas. Temas que me movem, que me inspiram e que falam comigo.
Onde eu acho este conteúdo? Às vezes ele é orgânico – folheando uma revista ou assistindo um comercial de televisão. E, às vezes, ele é mais intencional – eu vou caçar para ver o que os outros estão fazendo.
O que eu faço com esse conteúdo? Quando estiver na hora de criar, eu revisito esses arquivos. Eu posso tomar pedaços e partes de uma campanha e adicionar outros, para fazer a minha própria versão (eu não estou roubando ideias completas, mas elementos). E o que acontece com maior frequência é que eu olho para essas inspirações e produzo uma ideia totalmente nova – uma que eu nunca produziria se não tivesse visto o que os outros estão fazendo.
O livro “Roube como um artista: 10 dicas sobre criatividade” de Austin Kleon fica na minha estante de livros digitais. Um dia, eu vou precisar ler todo o livro, mas há citações chave que eu vejo quando fico empacada ao idealizar uma frase. Veja algumas citações selecionadas:
- “Comece copiando o que você ama. Copie diversas vezes. No final da cópia, você se encontrará”.
- “O seu trabalho é colecionar boas ideias. Quanto maior for o número de boas ideias que você colecionar, você terá mais de onde escolher para ser influenciado”.
Tente isto e veja o que acontece.
Fale também com os seus pares. Eu frequentemente bato nas ideias com os meus colegas. Eu não quero trabalhar num silo (isolada). Isto não é divertido e é limitante. Eu amo as sessões de brainstorming de improviso e as reuniões sugestões para planejamento futuro. Eu amo observar os rostos das pessoas quando eu compartilho uma ideia, procurando sinais indicativos de desinteresse ou de emoção. E eu também sei que as minhas ideias melhoram com contribuição adicional.
Todos trazem a sua própria coisa para a mesa – interesses, perspectivas e lentes. O que pode fazer sentido para mim, realmente precisa de maior refinamento. Outra pessoa pode me ajudar a fazer isso.
Aqui há algumas coisas para levar para casa:
- Observe o interior e o exterior do seu ramo de atividades. Vigie as marcas das quais você gosta e veja o que elas fazem. Se você for um profissional de marketing B2B, mantenha contato com o espaço do consumidor.
- Marque sessões de brainstorming com os seus pares. Escolha uma hora em que as pessoas têm maior probabilidade de serem criativas (não a primeira hora da segunda-feira de manhã, nem a última hora da sexta-feira). Talvez nas terças-feiras às 10 horas da manhã. Coloque isto no seu calendário.
- Designe também uma hora para você pesquisar e sonhar sozinho (com uma boa xícara de café e um bloco de anotações). Outra grande citação de “Roube como um artista”: “As pessoas criativas precisam de tempo para apenas se sentarem sem fazer nada”.
- Proteja-se também – eu não o estou encorajando a roubar o conteúdo de outras pessoas. Este é um exercício tático, com o objetivo de ajuda-lo a fazer brainstorming das suas próprias coisas originais (se você precisar tomar algo emprestado, empreste de você mesmo).
Confissão número 5: Eu nem sempre fico presa aos meus planos.
Como uma profissional, eu construo calendários de conteúdo e de marketing, horários de retorno e incontáveis listas. Eu as amo. Elas me mantêm focada e nos trilhos. Mas, eu nem sempre – eu não posso – ficar sempre presa a elas. E, na realidade, eu acho que esta agilidade é uma parte crítica do meu papel como uma profissional de marketing. Os planos são muito bons, e eles devem ser concretos, esquecer os dados, estar alinhados para liberar planos, etc. Mas, todas essas coisas podem mudar. E é muito importante que você seja adaptável e aberto à mudança.
Se você estiver procurando conteúdo ou documentos de planejamento de marketing, veja algumas recomendações para ajuda-lo a organizar uma estrutura:
- Primeiramente, pegue um calendário. Digital, ou impresso, qualquer um deles o ajuda muito. Marque datas chave, como a sua data de lançamento, uma grande conferência, ou uma importante visita de vendas. Então, comece a trabalhar de trás para frente, adicionando coisas que você precisa fazer antes de data chave e dê tempo adequado para elas. Deixe alguma folga. Inevitavelmente, algumas coisas dão errado!
- Crie também uma planilha da sua escolha. Use-a para plotar os elementos táticos que você criará, identifique quem é responsável por aquela data e acompanhe a situação. Isto pode parecer simples ou pode ser muito granular, dependendo do seu estilo de trabalho. Veja um exemplo rudimentar do que eu geralmente crio:
A ser entregue | Quem é responsável | Data do rascunho 1 | Data do Texto Final | Situação – terminado? (Sim/Não) |
Pôster impresso | Amy | 1 de Set | 15 de Set | Não (em andamento) |
Campanha 1 de e-mail | Sherry | 1 de agosto | 8 de agosto | Sim |
Em teoria, estas duas primeiras coisas juntar-se-ão de alguma maneira. Geralmente, eu tenho o meu calendário e a minha planilha abertos lado a lado.
Faça grandes planos – mas esteja preparado; estes planos não são trancados em tinta indelével. Quando você fizer mudanças, você deve escolher se vai salvar a nova versão do arquivo, para ter um registro (exemplo “Plano do Projeto v1.2”) ou se você escrever por cima do seu trabalho e salva-lo com o mesmo nome de arquivo, para ser encaminhado ao novo fluxo. Esta escolha pode depender do que o seu chefe ou o seu cliente precisarem. Descubra o que funciona melhor.
Para levar para casa: Agilidade e não rigidez deve ser o seu mantra.
Confissão número 6: Eu posso precisar de óculos – ou pelo menos de uma nova prescrição.
No meu trabalho, eu sempre procuro um segundo par de olhos. Sejam eles de um editor de textos, ou de um colega de marketing (ou às vezes do meu marido, que, por acaso, é ambas as coisas), é sábio pedir para alguém ler o que você está escrevendo.
Pessoalmente, eu recomendo descobrir um colega que seja um crítico parceiro. Alguém com quem você pode contar para rebater uma ideia e trocar materiais antes de eles serem impressos. Este processo não precisa durar muito – de fato, você pode gastar uns 15 minutos nele. Apenas uma leitura rápida, para que alguém perceba algum erro de digitação e faça perguntas que passaram despercebidas.
Cabe a você decidir se você colocará o seu colega revisor na geladeira em relação à sua ideia, ou em relação a algum contexto. Pessoalmente, eu prefiro a primeira alternativa. Se ele não tiver alguma ideia preconceituosa sobre o que você está tentando fazer, ele lhe dará um feedback mais honesto. Por exemplo, se o conceito não fizer sentido, ou se houver algum erro de digitação naquele título inteligente da campanha.
Para levar para casa: Obtenha uma segunda opinião sobre o seu trabalho. Dois pares de olhos são melhores que um par.
Confissão número 7: Eu sei que eu não sou tão inteligente (nem tão esperta).
Eu estou constantemente aprendendo dos especialistas – das minhas equipes, dos colegas dentro deste ramo de atividades, de grupos do LinkedIn e através de cursos online.
Há inúmeras formas gratuitas ou de baixo custo para aprender. Verifique sites como o Khan Academy, Udemy, Coursera e Lynda.com para ficar sabendo de cursos online. Participe de treinamentos internos e de conferências do seu ramo de atividades. Leia blogs de especialistas como Seth Godin e Neil Patel, este blog da Act-On e da HyTrade! Você absorverá conhecimento e irá melhorar no seu trabalho. É simplesmente assim que as coisas funcionam.
Dica de bonificação: Tente também aprender fora do seu ramo de atividades. A ideia deste post veio de uma conferência – que não tinha nada a ver com o marketing. Eu participei de uma conferência sobre a escrita das crianças e, quando um dos principais palestrantes falou, algo ressoou no meu cérebro. As rodas começaram a girar. O meu cérebro se estica de estranhas maneiras quando eu estou fora da minha zona de conforto – e eu acho que o seu também. Tente participar de uma aula de culinária ou de uma conferência que não seja de uma área de atividades, ou mesmo veja um vídeo do tipo “como fazer” no YouTube, sobre alguma coisa totalmente fora do seu trabalho diário. Você sairá de lá com uma perspectiva mais ampla.
Para levar para casa: Parafraseando um autor que, recentemente, eu ouvi dizer, “Se você não for desafiado e aprender, você não está fixando metas suficientemente altas”. Inscreva-se em alguma aula. Continue aprendendo.
Agora é a sua vez
Estas são as minhas confissões. Agora é a sua vez de espalhar os grãos de feijão sobre a mesa. Quais são os seus segredos mais profundos como um profissional de marketing?
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Sobre a autora: Amy Duchene é uma escritora com mais de uma década de experiência no marketing B2B para uma enorme empresa de software, localizada noroeste da costa do Pacífico. Fora deste trabalho, ela escreve ficção (principalmente novelas para jovens e adultos) e ama molhar os seus pés nas águas do Oceano Pacífico.
Fonte: Act-On Software
Tradução: Fernando B. T. Leite
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