Por Dillon Baker
Em 19 de maio, Candace Payne, agora mais conhecida como a Mãe Chewbacca, gravou um vídeo dela mesma, postado no Facebook, quando ela experimentou uma máscara de Chewbacca da marca Kohl (uma marca de cosméticos). Três semanas depois, ela ganhou uma visita grátis à Disney World, foi levada para um passeio por J. J. Abrams e James Corden, e coletou o que pode ter chegado a 400.000 dólares em bolsas de estudos para os seus filhos.
Este foi um mês de furacão, e tudo começou por uma gargalhada infecciosa, um smartphone, e uma nova versão no Facebook – que ameaça suplantar o panorama tradicional de como o conteúdo flui na Internet.
No passado, os posts do Facebook raramente se tornavam virais. Isto está mudando, e a mãe Chewbacca é o maior exemplo disto que já apareceu. À medida que o Facebook continue a mudar de uma rede social e se torne uma rede de conteúdo, para atrair dinheiro dos anunciantes, como eu já argumentei anteriormente, criar as condições para abrigar coisas virais como a mãe Chewbacca, era uma grande prioridade.
No cerne da transição está o vídeo player nativo do Facebook, que cresceu exponencialmente desde o seu lançamento em 2014. Antes disso, o Facebook era um espaço para postar clips do YouTube e de outros serviços de vídeo. Agora, clips externos do YouTube e de outros lugares são colocados livremente no vídeo player nativo do Facebook, que fez tudo menos neutralizar a eficácia dos links de encaminhamento. O vídeo player nativo também elevou as suas próprias formas de conteúdo, como os incrivelmente populares canais saborosos e acessíveis Tasty and Handy channels da BuzzFeed, que mostram os vídeos de 60 segundos que não requerem som , e que se encaixam perfeitamente no feed do Facebook.
A capacidade para embutir esses vídeos nativos em outros websites, possível desde maio de 2015, também é crítica. No passado, você podia apenas ver os posts se estivesse plugado no Facebook – significando que o Facebook era mais uma rede ilhada, em comparação com plataformas mais públicas, como o Twitter e o YouTube. Havia exceções, como o desafio do balde de gelo, mas, agora, é muito mais fácil para as empresas de mídia e para outros websites incluir vídeos nativos do Facebook dentro de posts, como nós fizemos acima. Quanto menos esforço for necessário para compartilhar, maiores as suas chances de se tornar viral. O Facebook também cortejou celebridades, jornalistas, e influenciadores de alto perfil, para construir as novas capacidades das plataformas. E, como o Twitter, o Facebook marca certos perfis como “verificados” com uma marca (√) azul, inclusive o da Payne.
O Facebook Live, lançado em dezembro último, pode ser a expressão mais pura do desejo do Facebook de atrair editores, influenciadores e amadores, para criar conteúdo diretamente na sua plataforma. As transmissões ao vivo aparecem no topo da News Feed, e elas são automaticamente arquivadas como vídeos normais do Facebook, o que assegura que elas continuam vivas, uma vez que a transmissão termine. Por poderem ser embutidas, as empresas de mídia podem facilmente compartilha-las. Consequentemente, um vídeo totalmente amador, como o da Payne, pode agora tornar-se viral no Facebook – algo que antigamente acontecia no YouTube (também ajuda se a história incluir dois dos tópicos favoritos da imprensa: Star Wars e o Facebook).
É claro que há pegadinhas. Os usuários ainda não podem monetizar o Facebook Live e o vídeo do Facebook, logo, os influenciadores e as empresas de mídia não têm muito incentivo para abandonar as plataformas como o YouTube, que traz receita. O vídeo também prospera nas métricas altamente infladas. Os usuários do YouTube e outros talentos de vídeo veem o Facebook com suspeita, para dizer o mínimo.
Mas, a estratégia de vídeo de terra arrasada do Facebook está apenas começando. Recentemente, a empresa fez uma parceria com a Activision Blizzard, uma das maiores editoras de jogos do mundo, de modo que os jogadores podem logar nos seus jogos extremamente populares através do Facebook e, facilmente, transmitir as suas jogadas diretamente para o Facebook Live. Em outras palavras, é o primeiro movimento do Facebook para competir com o Twitter e com o YouTube, onde o conteúdo dos jogos de vídeo dominam.
O Facebook vê os anunciantes movimentando orçamentos de TV altamente lucrativos para plataformas digitais, como o YouTube. Se o Facebook quiser receita para continuar a crescer, ele e, da mesma forma, todas as demais empresas da Internet precisarão de uma maior fatia da torta. Com estas mudanças, o Facebook criou um ambiente para que isto seja possível.
Com a gargalhada alegre da Payne, nasceu o primeiro vídeo viral do Facebook. Não espere que seja o último.
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Sobre o autor: Dillon Baker é um Editor Associado da Contently, onde ele cuida do The Freelancer e trabalha no The Content Strategist. Ele é antigo Editor de Artes e Escritor Sênior da The Vermont Cynic. Envie e-mails para ele emdmbaker412@gmail.com.
Fonte: The Content Strategist
Tradução: Fernando B. T. Leite
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