Por Shane Snow
Você já foi nadar na praia quando a água estava apenas um pouco mais fria que você esperava que estivesse? A maioria de nós entra devagar na água porque somos fracos: nós vamos entrando cautelosamente, imaginando a cada passo se ainda queremos fazer isto. Ninguém pode de fato nadar ou surfar sem eventualmente ficar submerso, mas fique sentado em qualquer praia no fim de setembro e verá esta rotina de repetir várias vezes.
Agora mesmo, a maioria dos editores de marcas está naquele ponto desconfortável, no qual a água chega até as suas coxas e aquela onda fria ocasional está batendo na virilha deles.
2015 é o ano no qual eles mergulharão, ou serão deixados para trás.
O nosso ramo de atividades fala muito sobre criar conteúdo, como se o conteúdo em si próprio fosse a meta. E embora qualquer pessoa que me conheça sabe que eu acho que as histórias são muito importantes, a maioria das empresas está mais interessada onde elas serão levadas por contar grandes histórias: relacionamentos com a audiência que, eventualmente, lhes trará dinheiro.
Os estatísticos estimam que 1,7 zilhões (uma quantidade absurdamente grande) de peças de conteúdo aparecerão na web todos os dias. Toda grande marca – e milhões de pequenas marcas – está, agora mesmo, lotando a praia do mercado do marketing de conteúdo, despejando baldes de conteúdo na água salgada que chega até a virilha. A relação entre o ruído e o significado está aumentando. Ficará cada vez mais difícil e mais caro para alcançar leitores de qualidade através da publicidade nativa, à medida que a demanda por conteúdo e espaço aumentar e o apetite pela publicidade de conteúdo diminuir.
A solução deste problema é parar de ser covarde e mergulhar na água, para tornar-se um real editor e não apenas um anunciante vendendo histórias em lugar de banners. Os que focarem em construir audiências tenderão a obter resultados muito melhores, em comparação com aqueles que focarem simplesmente em alcança-las.
Isto significa que, nos próximos doze meses, veremos uma explosão de publicações cujos donos e operadores são marcas como o OPEN Forum da American Express e o BarkPost da BarkBox.
Nós veremos um deslocamento do foco do acúmulo de seguidores sociais (que as mudanças de algoritmo podem instantaneamente tornar irrelevantes, como vimos este ano no Facebook) para a construção de listas de e-mail para o marketing de conteúdo das marcas, nos seus próprios termos. Nós iremos ver mais centros de notícias de marcas e histórias mais ambiciosas em formatos ambiciosos. Nós veremos um deslocamento da preocupação com as impressões das marcas na plataforma de terceiros para o cuidado com o tempo da atenção dispendido na plataforma da própria marca. E veremos marcas realmente ficarem espertas em relação ao retorno sobre o investimento (ROI). Quando você é o dono da experiência, você pode rastrear o seu relacionamento com os leitores, bem como as conversões e a elevação do conceito das marcas que as suas histórias produzem através de repetidos engajamentos.
Faz anos que o mundo tem dito que “as marcas são editoras”. Este é o ano no qual elas darão um passo adiante e realmente farão isso corretamente. A água fria é desconfortável no início, mas você se acostuma rapidamente a ela quando você simplesmente mergulha nela de cabeça.
Sobre o autor: Shane Snow é um jornalista de tecnologia na cidade de Nova Iorque e CCO da Contently, tem mestrado em Jornalismo pela Universidade de Columbia e é fellow da Royal Society of the Arts.
Fonte: The Content Strategist
Tradução: Fernando B. T. Leite
Imagem de capa: Kyle Fewell
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