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A estratégia de storytelling que a BuzzFeed e Star Wars têm em comum

por HyTrade
A estratégia de storytelling que a BuzzFeed e Star Wars têm em comum

Por Joe Lazauskas and Shane Snow

Nós jamais teríamos tido Star Wars (Guerra nas Estrelas) se a polícia de Modesto, na Califórnia, na fosse tão eficiente em seu trabalho, ou se George Lucas não fosse um motorista tão imprudente.

Antes de se tornar um cineasta e o amado criador de Star Wars, Lucas queria ser um piloto de combate da Força Aérea dos Estados Unidos. Mas, eles impediram que isso acontecesse porque ele tinha muitas multas de trânsito, por excesso de velocidade.

Seu plano B foi a escola de cinema. Então, após uma década de trabalho e de inúmeras dores de cabeça, nós tivemos Star Wars – uma história da qual cada ser humano da face da Terra já ouviu falar (em seu livro Como Star Wars conquistou o universo: O passado, presente e o futuro da franquia multibilionária, o autor Chris Taylor visitou as mais remotas tribos, tentando encontrar um único ser humano adulto que não tivesse, de alguma forma, sido afetado por Star Wars – e não encontrou um só).

Star Wars tem algo para todos nós. Mesmo que você seja uma pessoa horrível (ou, você sabe, apenas aquela pessoa que gosta de ficção científica) e que não gosta de Star Wars, pelo menos, o filme ainda tem algo para você – um modelo do que chamamos de os Quatro Elementos das Grandes Histórias.

Elemento 1: a possibilidade e a facilidade de ser narrada

Há algo naturalmente humano e divertido sobre as aventuras de Star Wars, mas se você quiser verdadeiramente entender o que tornou o primeiro filme tão popular, você precisa apreciar a cultura na qual ele nasceu.

Durante os anos 1970, a América tinha acabado de comemorar sua grande vitória sobre a Rússia, na corrida para pousar na Lua. Esta também era uma época inquietante para o mundo, por causa da guerra no Vietnam, da agitação civil e de muita música de discoteca ruim. Os norte-americanos tinham saudades dos bons velhos dias despreocupados da cultura da década de 1950, dos carros potentes e de um Elvis magro.

George Lucas era um grande fã da cultura nostálgica americana e dos carros dos anos 1950. Quando ele viu a trilogia original do filme Star Wars, seu amor por máquinas mecânicas rápidas e barulhentas rasgou as telas. E isto também ocorreu com seu amor por algumas outras coisas, incluindo histórias em quadrinhos, filmes de kung-fu e antigas aventuras de ficção científica de Buck Rogers.

Lucas tomou tudo de que gostava – as mesmas coisas que a América dos anos 1970 amava – e amassou tudo junto para fazer Star Wars. A máscara usada por Darth Vader foi modelada de acordo com um capacete de kung-fu, e suas tropas estelares foram inspiradas num exército de kung-fu. Os veículos rápidos pareciam potentes carros e as naves espaciais se assemelhavam a algo que a NASA poderia construir em breve. Os trajes poderiam ter sido de Buck Rogers e o enredo foi tirado diretamente do conceito de Joseph Campbell da jornada do herói.

Em outras palavras, Star Wars é um universo construído por uma combinação de um monte de coisas familiares. Embora o filme fosse sobre criaturas espaciais que viveram há muito tempo, numa galáxia muito distante, ele capturou o primeiro, e talvez o mais importante, elemento das grandes histórias: a possibilidade e a facilidade de ser narrada.

Nossos cérebros são avessos a qualquer coisa muito estranha. É difícil nos sentirmos suficientemente à vontade para investirmos numa história demasiadamente incomum, que é porque nós ficamos fascinados pelas histórias com as quais nos relacionamos. Basicamente, estamos num gigantesco planeta de narcisistas.

Numa galáxia muito, muito distante…

Para aceitarmos as partes não familiares de Star Wars – como um bar espacial cheio de alienígenas ruidosos, dispostos a brigar – nós necessitamos de alguns elementos familiares para ficarmos à vontade e nos importarmos com a história. E, mais provavelmente, a história mais narrável é a que nos atrairá.

Por exemplo, a BuzzFeed capturou a atenção de milhões de pessoas através de histórias, que especificamente, jogaram com nosso amor pela possibilidade e facilidade de serem narradas.

Veja um típico título da BuzzFeed como “25 coisas que você entenderá se tiver sido educado por pais asiáticos”. Nós não tivemos pais asiáticos, mas, quando vimos esta história, a enviamos para um amigo que tinha pais asiáticos, que riu e a enviou para todos que ele conhecia. Milhões de pessoas leram esta história porque certos grupos – crianças asiáticas e seus amigos – eram capazes de se relacionarem a ela tão profundamente que sentiram a necessidade de verifica-la.

A BuzzFeed faz a mesma coisa com faculdades. O site está cheio de posts como “21 coisas que poderiam apenas acontecer em Stanford”. A equipe editorial repete esta fórmula para quase todas as faculdades do país. Porque eles sabem que estudantes que foram para Stanford compartilharão o vídeo no Facebook, e o post irá viralizar entre os atuais estudantes e entre os ex-alunos.

Um dos segredos do sucesso da BuzzFeed e de outros sites virais é que eles não tentam falar com todos em todas as histórias; eles tentam se relacionar muito profundamente com grupos específicos e apostam que esses grupos compartilharão essas histórias de maneira prolífica.

É por isso que histórias orientadas por caráter são tão poderosas e porque nossos personagens favoritos tendem a se parecer com nossos entes queridos e conosco.

Parte do que fez Star Wars ser tão grande foi o conjunto de personagens coloridos: a criança criada humildemente e que tinha grandes sonhos, a princesa inteligente e sarcástica, o desonesto com coração de ouro, os dois robôs que viviam se desentendendo, C3PO e R2-D2, e o que quer que fossem os Wookies. Nós tínhamos empatia por esses personagens e vimos neles algo familiar. Nós nos preocupávamos com eles.

estratégia de storytelling

Interessantemente, há um conceito em psicologia que também explica o apelo aos vilões de Star Wars. Embora possamos odiar os maus caráteres da história, os vilões que nos fascinavam eram aqueles de quem podemos ver um pouco em nós mesmos.

O psicólogo Carl Jung chamava isto de “nossa sombra”. Sua pesquisa mostra que tendemos a desprezar pessoas que personificam as coisas das quais não gostamos em nós mesmos.

Isto explica o que faz Darth Vader ser tão grande. Ele era uma boa pessoa, que ficou muito, muito má. Quando vemos sua história, subconscientemente vemos a maldade contra a qual lutamos em nós mesmos. Isto nos faz amarmos esse vilão de maneira contrária à nossa intuição, embora possamos não estar torcendo por ele.

Isto também explica porque o filme original Star Wars dos anos 1970 foi tão amado, e porque os capítulos de 2015, “Star Wars: Episódio VII – O despertar da força” recebeu aclamação muito mais crítica que os três episódios iniciais, lançados nos anos 1990 e 2000.

Esses filmes tiveram muitos novos personagens e elementos introduzidos, que pareceram ser muito estranhos. Jar Jar, Grievous, Dooku – demasiados novos enredos, muito rapidamente, todos de uma só vez. E a nostalgia que tentaram colocar nesses filmes pareceu forçada; isto não era facilmente narrável, por não ser natural. A história desajeitada da criança Anakin construindo o robô C3PO – o mesmo robô que acabaria envolvido no roubo dos planos da super arma Estrela da Morte do adulto Anakin (Darth Vader) – não foi uma lembrança irônica. Ela foi brega.

Em O Despertar da Força – o sétimo episódio da saga Star Wars, lançado em 2015 – a Lucasfilm trouxe de volta velhos personagens, velhos temas e tramas que imitaram os originais. Embora muitos críticos tenham dito que o filme era demasiado parecido com os originais, coletivamente, pagamos um bilhão de dólares para vê-lo.

Isto é um grande lembrete de que as histórias às quais nos ligamos são as que nos conectam a algo em nosso passado.

Este é um trecho do livro The Storytelling Edge, de autoria de Joe Lazauskas e Shane Snow, ambos da Contently.


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Sobre os autores: Joe Lazauskas é diretor da estratégia de conteúdo da Contently. O seu livro, The Storytelling Edge, juntamente com o cofundador da Contently, Shane Snow, pode ser comprado aqui. Faça para ele as suas perguntas mais urgentes sobre estratégia de conteúdo aqui.

Fonte: The Content Strategist

Imagem por Unsplash

Tradução: Fernando B. T. Leite

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