Por Paula Bernstein
No seu projeto “Geolocation”, os artistas conceituais Nate Larson e Marnie Shindelman usam dados de GPS para localizar tweets e então acrescentar a eles uma fotografia à história de 140 caracteres.
Cada tweet pode conter uma história. Mas, em 140 caracteres ou menos, os tweets podem apenas sugerir um drama, um romance, uma tragédia ou uma intriga.
Os artistas Nate Larson and Marnie Shindelman levam uma história um passo adiante no mundo real, ao acrescentar aos tweets um componente visual no seu projeto “Geolocation”.
“Eu estou sempre pensando nas implicações da mídia social no mundo real” diz Larson. “Há uma incrível mudança, em termos do que nós pensamos sobre a privacidade e o que nós estamos dispostos a revelar ao mundo real”.
Usando metadados de GPS, que são de domínio público, nas postagens do Twitter, a dupla localiza os tweets e tira fotografias, criando para a informação virtual, um contexto no mundo real. Eles então combinam a fotografia e o tweet, obtendo, frequentemente, um efeito poderoso.
Um tweet diz “Amy está morrendo no Highland Hospital,”. Todavia, outros são mais mundanos: “em dias como hoje, eu realmente sinto falta de trabalhar fora de casa (por exemplo, no jardim)”.
É claro que o processo de seleção dos tweets é muito subjetivo. Larson diz que ele prefere os tweets que “tenham a ver com privacidade ou com eventos políticos, ou ainda com coisas que estão acontecendo no noticiário em escala nacional”, enquanto que Schindelman diz preferir “os dramáticos e românticos”.
A informação do GPS pode restringir a localização apenas a um raio de 15 pés (aproximadamente 500 metros) e, portanto, cabe a Larson e Schindelman determinar a perspectiva e o ponto de vista de cada fotografia. No último mês de julho, eles selecionaram uma hashtag de tendência no Twitter, #HowToKeepARelationshipWithMe (#ComoManterUmRelacionamentoComigo) e rastrearam a sua localização para criar uma série de fotografias. “Nós fotografamos todos os tweets num raio de 15 milhas (aproximadamente 25 km) em Manhattan”, diz Schindelman, uma professora de fotografia da Universidade da Georgia.
Esta dupla vem colaborando desde 2007 e foi recentemente contratada pelo Aeroporto Internacional de Indianapolis para criar uma série de fotografias baseadas nos tweets sobre o aeroporto. As fotografias serão mostradas, em julho, na forma de um show digital de slides numa tela de vídeo no aeroporto.
“A Homeland Security (uma agência de segurança interna dos Estados Unidos) teve que verificar o nosso passado”, diz Larson, que ensina fotografia no Maryland Institute College of Art. “Nós obtivemos autorização especial para tirar fotografias nas pistas. Os aviões taxiavam passando por nós”.
O trabalho deles inclui comentários sobre aspectos voyeurísticos do Twitter, bem como sobre a ausência de privacidade na era digital. “Eu fico simultaneamente assombrada e aterrorizada sobre o que as pessoas postam no Twitter”, diz Schindelman.
A despeito de todo o tempo que eles gastam no Twitter, nenhum deles tuita muito. “O Twitter é inerentemente público”, diz Schindelman.
Fonte: Fast Company